Filhos: Quando e como ensinar deveres e responsabilidades

Ver os filhos crescerem e se tornarem pessoas bem-sucedidas é o que todos nós almejamos. A fórmula do sucesso, porém, na maioria das vezes é ligada ao senso de responsabilidade e organização que adquirimos ao longo da vida, sendo os ensinamentos durante a infância a base para solidificação de nossas atitudes.

 

A harmonia na vivência pessoal e interpessoal é regida por respeito aos direitos e deveres de cada um, e o indivíduo que não aprende a seguir regras apresenta uma tendência natural à exclusão social. Por isso é tão importante começarmos ensinando para as crianças, desde bem cedo, dentro da rotina de nossos lares, que, para o bom funcionamento da dinâmica da casa, cada integrante deve ter as suas obrigações.

 

Os pais, cuidadores e demais pessoas da família devem exercer o hábito de ensinar tarefas cotidianas do lar para as crianças, começando com exemplos e atitudes proativas com foco nas responsabilidades individuais e coletivas.

 

Quando pensamos no melhor momento para ensinar as tarefas, há que ser considerada a maturação neurocognitiva da criança, respeitando seu estágio de desenvolvimento, que é passivo de atrasos ou adiantamentos para a idade. Porém, seguindo a média, a partir dos dois anos as crianças já possuem condições de estabelecer diálogo, compreender e executar as atividades que forem demandadas.

 

Pensando em quais tarefas podemos sugerir de acordo com as idades, seguem as dicas:

 

– Até os três anos, podemos ensinar as crianças a guardar seus próprios brinquedos e calçados, e a manter seus utensílios de banheiro (como as escovas de dente) e de cozinha (mamadeiras e copos de transição) nos seus devidos lugares.

– Dos três aos cinco anos, podemos ensinar tarefas mais elaboradas e sempre acompanhá-los na execução, tal como colocar água para os animais domésticos e ajudar em alguns afazeres da cozinha (por exemplo, arrumar a mesa para as refeições).

– Dos cinco aos sete anos, a criança já possui maior autonomia de ações. Podemos orientá-la a organizar seu próprio quarto, molhar as plantas e ajudar na limpeza, passando pano em móveis menores e estáveis. Fomentamos independência oferecendo tarefas que não lhe proporcione riscos, vetando a manipulação de materiais de limpeza pesada, vidros ou móveis que possam pender (tal como aparadores).

– Dos sete aos dez anos, devemos estimular e usar as habilidades racionais com tarefas que os ensinem a administrar o cotidiano e otimizar o uso do dinheiro e do tempo. Para tanto, introduzimos a mesada, podendo vinculá-la a ações, como recolher o lixo e ajudar com os cuidados aos irmãos mais novos ou animais domésticos, além de manter firmes as obrigações de ordem pessoal, aumentando a complexidade das atividades, como arrumar a própria cama e organizar o guarda-roupa.

– Após os dez anos de idade, devemos analisar as condições pessoais, tendo em vista habilidades e preferências, e estabelecer tarefas que sejam realizadas cotidianamente, respeitando a dinâmica da casa. Como exemplo, passear com o cachorro, ajudar na preparação das refeições, na limpeza de ambientes, vestuário e objetos. Valendo-se sempre da independência, mas sempre com supervisão de um adulto.

 

Quando ensinamos e damos exemplos de como lidar com deveres e responsabilidades para as crianças desde cedo dentro de nossos lares, criamos um processo de aprendizado natural, que será assimilado sem dificuldades ou barreiras e terá a tendência à projeção de uma consciência maior, diante das responsabilidades fora do ambiente familiar, como na escola, no trabalho e na sociedade em geral.

 

Encaremos que preparar nossos filhos para a vida é um ato de amor, que demanda paciência, dedicação e que depende de ação coletiva que começa no microambiente de uma casa. Sejamos exemplos, através de boas ações e ensinamentos, e assim promoveremos um futuro próspero para nossas crianças, numa sociedade mais justa e organizada.

 

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