Genitália do bebê: Fimose e massagem
Sabe-se que cerca de 90% dos bebês nascem com essa condição e, no geral, faz parte do desenvolvimento normal e não causa mal algum à criança. Não deve, assim, ser foco de preocupação por parte dos pais e responsáveis, pois com o passar do tempo há uma tendência de resolução espontânea, restando uma pequena parcela, aproximadamente 10%, para correção, espontânea ou não, após os 3 anos de idade.
Sobre essa situação, extremamente comum nos bebês, há uma informação que ainda não está muito bem difundida, mas já definida: a de que não se deve mais fazer as massagens ou exercícios de rotina para retrair o prepúcio dos bebês com fimose.
Essa recomendação é relativamente nova e vai contra anos de práticas contrárias nos consultórios de pediatria geral, onde não só se recomendava a massagem com exposição da glande diariamente, quanto muitos pediatras já faziam, no próprio exame, a retração forçada e dolorosa da pele do prepúcio do bebê.
Essa era, e ainda tem sido, uma prática corriqueira, mas agora pode se dizer que é equivocada, pois especialistas em urologia pediátrica chegaram ao consenso de que isto não contribui para corrigir a fimose, podendo sim, ao contrário do que se pretende, estreitar ainda mais o orifício de saída da urina.
Entende-se que a massagem para retração à força da pele leva à microlesões no prepúcio, que ao cicatrizar pode provocar o estreitamento ainda maior do orifício. A partir daí, surge o risco de complicações, como dificuldade para urinar, dor e fibrose local, que podem desencadear processos inflamatórios e infecciosos no trato genito-urinário da criança.
Na higienização diária da genitália do bebê, deve-se atentar para a extração dos resíduos de fezes e urina e para o uso de loções protetoras contra assaduras. Deve-se dar sempre preferência para o uso de água e sabão, ao invés de lencinhos umedecidos.
Quando não são feitas massagens ou exercícios de retração da pele do prepúcio, muito raramente há complicações nas fimoses dos bebês, como infecções de urina. O recomendado é que se mantenha a higienização bem-feita e após o tempo normal de desaparecimento natural da fimose, por volta dos 3 anos de idade, caso a situação ainda seja notada, que se procure assistência médica, pediatra ou urologista, para a correção adequada.