Mitos na amamentação
A amamentação sempre foi um tema muito discutido e cercado de curiosidades. Estamos num momento de exaltação de sua importância, com exposições de trabalhos científicos e propagandas maciças a seu favor.
É comum o ser humano criar mitos acerca de qualquer evento, por mais natural e fisiológico que ele seja. Com a amamentação não seria diferente. Mesmo com tanta exposição positiva sobre esse assunto, ainda é muito frequente ouvirmos alguns equívocos a respeito dele.
Como trabalho diariamente com mães que estão amamentando seus filhos, percebo que algumas ideias estão enraizadas na mentalidade humana e não é fácil desmistificá-los.
São vários os mitos sobre esse assunto, e por mais maçante que pareça, colocarei aqui os que com frequência me deparo no dia a dia do consultório:
Meu leite é fraco
Essa é uma ideia difícil de tirar da mentalidade da sociedade e, na maioria das vezes, observo que há uma pressão de terceiros sobre a mãe, ditando a ineficácia de seu leite pelo fato do bebê estar aparentemente magro. Na verdade o equívoco maior está em pensar que a criança sadia deva ser gordinha, e em geral as pessoas não se conformam em ver um bebê sem dobras pelo corpo ou bochechas fofas.
Amamentar é fácil
Ideia amplamente difundida com intuito de incentivo a pratica da amamentação, mas não é bem assim. Para muitas mulheres a amamentação é dificultada por barreiras físicas, como mamilos invertidos ou planos, outras deparam com a dificuldadede seus filhos em sugar, e não há como deixar de lembrar das dolorosas fissuras dos mamilos, leite empedrando, mastite… Muito frequentes no cotidiano das mães.
Toda mulher tem leite suficiente para seu bebê
Infelizmente há uma porcentagem pequena, muito rara, das mães que não conseguem, de maneira alguma, aleitar como na agenesia de tecido mamário, déficit congênito de prolactina e necrose de hipófise. Mas o que é mais comum é o fato da mulher não ter leite suficiente vinculado a fatores físicos e emocionais como em alguns casos de cirurgia de redução de mamã, hipotireoidismo de difícil tratamento, mãe desnutrida, necessidade de retornar ao trabalho precocemente, as dores e desconfortos nos seios, depressão pós-parto… Requerendo a complementação do leite materno com fórmula láctea especial.
Lembrando que o volume de leite é dependente da exposição do bebê para sugar o seio materno, e as impossibilidades disso provocam a diminuição natural da lactaçãodas mães, principalmente nos primeiros meses de vida de seu filho.
Cito esses como os principais mitos da atualidade que diz respeito à amamentação e, como curiosidade de consultório, vou expor demais, dispensado a explicação:
-Leite seca quando o bebê arrota no peito
-Amamentar impede de engravidar
-Peito pequeno não produz leite
-Cesária provoca diminuição de leite
Amamentação é um tema amplo e recorrente, dada a sua relevância não há como deixar de expor tudo que cerca a seu respeito e mesmo com tantas informações sobre esse assunto as dúvidas, curiosidades e mitos sempre sugiram.